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9 de março de 2020

Ato II Tomo I - Os Cavaleiros '80

- Eu sou KELDOR Jr., Filho do Esqueleto, e herdeiro dos segredos da Montanha da Serpente.

Fabulosos poderes secretos foram conquistados por mim no dia que deixei meu lar e me tornei O ANDARILHO, O DISCÍPULO DO MAU.

Meu objetivo é me tornar o maior vilão da galáxia, e para isso busco a verdadeira filosofia do Mau. Treinei com Mum-ha, Monstro Estrelar, Crysálida, dentre tantos, procurando o mestre que me convença.

Somente quatro pessoas me compreendem: Kenor, Turko, Gungyver, e a simpática Hon-sa. Juntos eles são os

CAVALEIROS ANOS 80!!!


Temporada 2




A Queda de Graça


- Eu, Keldor Jr., serei seu cronista, de como os Cavaleiros foram de honrados e respeitosos heróis para figuras dúbias, e perigosas. Talvez destruir a reputação desses meus "frienemies" tenha sido meu maior feito, embora eu não possa dizer que foi meu plano.

 Tive minhas pretensões de acessar a rainha dos Malditos frustradas pelos Cavaleiros, ainda heróis iniciantes. O selvagem Kenor me garantiu acesso à rainha num futuro. Ele diz não se recordar, mas eu sei que ele me deu a palavra, e ele me deve. Eu pretendia cobrar a dívida. Assim, divisei o plano.

 Após a Batalha final contra Crysálida e a Rainha dos Malditos, os heróis foram sagrados Cavaleiros de Thundera e Mestres do Universo. Eu não estava lá - apesar de ter feito mais que minha parte do trabalho - Mas soube que eles poderiam erguer sua base em uma das cidades que eles salvaram em sua missão. Dentre elas, a Mina dos widgets, onde ficava o Túmulo da Rainha.

 No passado, tinha passado pelo primeiro selamento, e com a ajuda dos heróis Keldor e Turko, capturei o Espectro que guardava a entrada. Mas agora, com a guarda Eterniana e os nativos do Novo Texas patrulhando a mina, não poderia acessar a tumba sem um combate. E, como falei, Kenor me DEVIA o acesso à rainha.

 Então, eu soltei o Espectro na floresta dos arredores da mina. Minha intenção era cortar os suprimentos da mina e, com sorte, atrair os Cavaleiros para a Mina, e cobrar a dívida.

 Admito que imaginei que o Espectro fosse uma criatura honrada, já que os Antigos deixaram-no na guarda da terrível Rainha. Mas aquela criatura era errádica e tenebrosa. Depois reconheci que ele portava Belial, uma foice senciente e corruptora. Creio que quando capturei os dois, eu inadvertidamente rompi o que quer que os escravizasse no serviço de guardar a tumba... E no laço de um com o outro. O Espectro isolou Belial e se dedicou a domá-lo definitivamente.

 O Espectro passou a sequestrar viajantes e tentar um sacrifício ritual para voltar a dominar a Foice. Por duas vezes eu tive de intervir e salvar as potenciais vítimas. Admito que tinha perdido o controle e deveria ter encerrado a experiência.

 Enfim, uma terceira vez eu não precisei fazer a intervenção. Os Cavaleiros - dois deles, Turko e Kenor - vieram para salvar um ranger local chamado "Passolargo". Uma ironia ambulante. Ao menos Kenor e Turko tinham lutado ao meu lado contra o espectro antes, e ele estava sem conexão com a Foice. Imaginei que não teriam trabalho em triunfar.

 Mas foi uma surpresa quando a Foice se voltou contra seu mestre. Uma arma mágica ao seu lado, as chances deles melhoraram muito. Mas foi Kenor, e seu poder recém-desperto de "Carga de Thundro" que deu o definitivo fim ao Espectro e libertou-o, coisa que nem eu tinha meios de fazer.

 Decidi observar à distância. Esperar o momento mais adequado para cobrar a dívida. Mas não só a Foice conseguiu de alguma forma entrar para a equipe - bem, eles já tiveram um demônio, o padrão é baixo - como declararam que iam entrar na Tumba para verificar se ela estava lá mesmo.

 Nossas intenções se alinhavam. Eles eram os Heróis da Cidade, conseguiriam por mera influência o acesso. Bastaria monitorá-los e a dívida de Kenor comigo estaria paga.

 Os heróis - e a foice - se apresentam ao Prefeito, declarando terem resolvido a assombração da floresta. Mais glórias ao Time do bem. E ele declara querer averiguar a Tumba. Kenor é brilhante. Sua solicitação é tão vaga que o prefeito não vê motivo para inferir que eles iriam romper o lacre.

 Usando de sua influência, eles também convencem os guardas widgets locais que vigiavam a entrada, em especial, um de nome Deoito. O pequeno soldado voluntário jamais teria seu nome citado numa crônica minha normalmente, mas ele seria uma peça importante mais à frente.

 Deoito, dentre todos os pseudo-guardiães da mina, tinha um histórico com os aventureiros. Foi um que tentou impedir o acesso exatamente de Turko e Kenon à tumba quando eu entrei da primeira vez. Ele guardava algum ressentimento deles desta data. Ainda assim, eram cavaleiros consagrados diante dele, heróis da cidade. Foi fácil persuadi-lo a não ficar no caminho da história, embora insistiu em segui-los.

 O grupo chega ao selo que isolava a tumba. O mesmo que eu rompi e provocou o despertar do Espectro... Kenor abre a passagem outra vez. Era o que eu precisava. Meus artefatos visionários voltariam a funcionar sem o selo, e eu poderia me teleportar lá dentro. Só precisaria deixar meu esconderijo e rumar para lá imediatamente.

 Admito que subestimei Turko, o trollano. Ele percebeu que eu os observava à distância. Mas ele jogou algum glitter inútil no ar e achou que isso barraria meu sensor. Acabei não sendo esperado.

 No tempo em que precisei desviar os soldados eternianos e chegar próximo o suficiente para entrar despercebido na tumba pouca coisa aconteceu, pois os heróis foram cuidadosos em sua exploração naquele momento. Descrevo agora o que eles viram nesse ínterim: após as escadarias que subiam na direção do coração da montanha, eles encontraram um corredor reto, e a cada intervalo regular, uma alcova que dava em uma porta metálica pesada com uma breve janela gradeada de observação.

 Na primeira um Gorgon. Um touro cuja pele era de aço. Na verdade, a criatura morreu séculos antes, embora sua pele de metal permanecesse. Se soubessem a história, reconheceriam Frovter, a montaria da Rainha.

 Na segunda, uma cela com marcas de arranhão por dentro, e um esqueleto de uma lobsomem. Feminino. Seu nome, infelizmente, se perdeu na história.

 Vou adiantar na quarta cela, uma série de esqueletos. Não pude estuda-la ainda, e não fui tão longe quando invadi.

 Deixei a penúltima cela para o final por ser a mais importante. O mau contido nela era palpável aos meus sentidos especiais, treinados junto a Mum-ha. Mas mesmo o leigo Deoito sentia uma presença, algo que ele não podia apontar mas o incomodava. Ele decidiu tentar impor seu pouco poder de guarda para encerrar a incursão dos heróis. Estranhamente, o caótico trollano o instigava, produzindo inclusive dinamites para o feito. 

Mas em uma baixa nas defesas do guarda, o mau da cela 4 teve uma oportunidade. Juntou os parcos poderes que lhe restaram e tentou dominar o jovem Deoito, e teve um sucesso parcial. Nada que um tapa na bochecha não quebrasse, um soluço ou tropeção bastasse para livra-lo. Mas os leigos heróis decidiram suplantar um domínio mental por outro. Belial, a foice, voou à mão do pequeno guarda e o dominou. Este, com maior pujança. A arma passou a falar e andar pelo corpo do Wicket.

Eles procuraram a origem do ataque original, mas na cela em questão não viram nada. Ao contrário das demais, parecia vazia. Turko percebeu que aquela porta em especial era magicamente preparada, cuidado que as demais não tiveram. Preferiram não interferir aquele selamento em específico... Sábia decisão, na ótica deles.

Contudo, a porta principal, eles não tiveram receios de abrir. Uma rocha de mármore de 3 metros de altura num trilho, com o desenho da Rainha em alto-relevo. Eles sequer procuraram armadilhas, ou viram o rompimento a força bruta do lacre original.

O Salão final da Rainha dos malditos. Seu derradeiro descanso, se seguisse as intenções dos Antigos. Era o Salão das experiências originais, com alcovas com esparças ercorada em correntes para vítimas. E no extremo oposto dos 18 metros quadrados, o palanque do trono de um cadáver petrificado, na aparência da Rainha dos malditos.

 Mas só a aparência.

 Pois quando ele se ergue ao ter o salão invadido, as rochas se esfarelam, revelando no interior da criatura um construto de cristal. Uma máquina silenciosa e letal.

 A Foice comanda seu wicket possuído para o um ataque e verteu o primeiro sangue - ou o que quer que vaze de criaturas cristalinas. Ela, com violência, revidou. Mas concentrou seu ataque cruel no inconsciente Deoito dominado ao invés da traiçoeira foice. O pequeno tombou aos pés da criatura.

 Turko novamente me surpreendeu. Deduziu que as criaturas teriam a mesma fraqueza da criadora. Conjurou um bandolim mágico e converteu seus ataques em ataque sonoro. Foi uma manobra improvisada, diferente dos preparos da batalha final, mas compensou o armengue com a eficácia da fraqueza específica da criatura. Kenor preparou outra "Carga do Tundro", só adiantando para que uma de suas criaturas - o herculóide amorfo chamado de "glob" - tirasse o Deoito caído do caminho. A criatura teve sucesso, mas acabou sendo apanhado pelo constructo e não pode sair da frente, e sofreu o atropelo do ataque de seu mestre quase que se liquefazendo no salão.

 Projetada de volta ao trono, a criatura estava em estado fragilizado. Turko a moveu telecineticamente na direção das correntes que outrora mantinham as vítimas da Rainha. A batalha estava encerrada.

 Então, Deoito acordou. Percebia-se gravemente ferido caído no chão, no salão mais profundo da tumba que deveria guardar. Não sabiam como chegou até aquele ponto, e os "heróis", temendo represália pelas ações da foice, tentaram culpar o mal original que o afligiu momentaneamente.

 Mas ele olhou ao redor e viu uma tumba vazia, exceto por um construto trincado e irreconhecível. A conclusão mais óbvia para o pequeno que já amargurava ressentimento dos dois invasores era óbvia: Os Cavaleiros LIBERTARAM a Rainha dos Malditos!

 Kenor procurou apaziguar o guarda, que se acalmou um pouco... ou tentou obedecer, pois estava incapaz de lutar e dentre poderosos combatentes. As poucas inquisições naquele momento traziam histórias conflitantes. Eu, que assisti boa parte do desenrolar, não entendia como chegavam àquela situação. Mas então, passaram pela penúltima cela. A cela do Mau antigo. Eu estava procurando onde me esconder, mas não precisei naquele momento. Pois os heróis ouviram uma súplica. Um "me ajude".

 Palavras poderosas contra os bonzinhos.

 Da poeira daquela cela, ao perceber que conseguiu a atenção, um par de mãos em garras surgiu, estendendo debilmente os dedos, e revelando-se. Era Blodd, Rei dos Vampiros, Pai de Volod e Ivlod - os gêmeos e atuais generais dos Malditos. Era o braço direito e maior criação da Rainha dos Malditos, e foi aprisionado com ela por mil anos. Diferente do górgon, da licântropa, e do que quer que estivesse na última cela, o tempo não daria fim a sua vida, e ele perdurou pelo milênio com sede, e quando teve a perspectiva de ser abandonado mais uma vez, engoliu seu orgulho de monarca e pediu a ajuda.

Ele implorava por alimento (não preciso dizer do que vampiros se alimentam). Dizia que não se alimentava por milênio. Ele estava louco pela fome e isolamento, e se pôs humilde aos heróis, jurando lealdade. Turko cogitou ajudar, mas não queria que o prisioneiro o traísse.

 O vampiro perguntou qual era seu nome. Turko respondeu: "Epaminondas". Claro, nomes possuem poder, e ele temia algo como o que a Rainha pode fazer sabendo o nome da criatura.

- Eu juro por seu nome, poderoso Epaminondas... piedoso Epaminondas, que sou seu servo e que o guardarei!

 Um voto de sangue ao nome de um vampiro. Uma arma tremenda! Infelizmente, aquele não era o nome de Turko. Era um voto eterno desperdiçado... E o trollano deve ter ficado constrangido de corrigir o equívoco.

 Enfim, o pequeno mago se deixou brevemente no toque de sanguessuga. E o Rei Blodd recuperou a majestade. Informou ao grupo que quinhentos anos antes uma um par de criaturas - pela descrição, Crysálida e o ciborgue Quarterhead que estava a seu dispor e de posse da máquina que viaja no tempo - esteve lá e levou a rainha, mas o deixou para trás. Passou então a negociar uma audiência com algum juiz para provar que sua pena já havia sido paga. Aquilo só aumentou o nervosismo à testemunha, o guarda Deoito.



 Estava eu animado com a oportunidade. Blodd era o segundo-em-comando da Rainha e estava disposto a falar. Seria um tutor adequado e filtrado dos métodos da Rainha, e não iria a lugar nenhum. Eu teria acesso à filosofia e aos segredos. Minha missão não poderia ter corrido melhor. Creio que nesta eu me descuidei e me deixei ser avistado.

 Turko e Kenor me cercaram. Mas o que os dois iriam fazer? Eles fizeram todo o trabalho para mim... intencionalmente eu agradeci aos dois e informei que a dívida de Kenor estava paga, mas era para reafirmar as idéias do guarda Deoito que o evento foi intencional. Também garanti que eles deveriam me tratar com respeito, pois eu sabia o "segredo do Epaminondas".

 Mas eles levantaram o fato de que o guardinha estava ferido... Eu não sou curandeiro, mas estava de bom humor. Me ofereci para transferir energia de um voluntário para o guarda. Não podia ser da Foice, mesmo se ela oferecesse... Kenor não quis aceitar. Turko se voluntariou novamente, mas ele estava anêmico após alimentar o Rei. Acho que acabei me levando pelo desastre que foi a missão dos três. Cedi minhas próprias energias para levantar o guardinha.

 Sem mais, decidi deixar a Tumba. Retornaria quando estivesse mais tranquila, me apresentaria a Rei Blodd, e começaria minha instrução.

 Mas mesmo eu subestimei os eventos que se deram. Nunca mais – temo eu - a tumba estaria tranquila!

 O testemunho de Deoito não poderia ser mais danoso aos heróis. Ele perdeu eventos-chave da aventura, e outras atitudes contraditórias dos cavaleiros - como mantê-lo sob domínio da Foice Belial... Alias, levar a Foice Belial à tumba em primeiro lugar. E, claro, a informação de que a Rainha dos malditos estava à solta. Não entendi porque eles não disseram que ela tinha sido destruída ou .... Aprisionada...

Será que ela ainda pode ser uma peça de jogo?  Deverei cogitar o que fazer com essa perspectiva.

 O fato é: O prefeito da Mina estava eternamente leal aos heróis, mas mesmo ele tinha ressalvas ao desenrolar dos eventos. A possibilidade desse mal forçou até mesmo o licenciado Patrulheiro Espacial Gungaiver a se materializar lá... Esperando enfrentar vilões que estavam libertando a Rainha dos malditos, encontra seus companheiros.

 Deoito era membro da comunidade com caráter inquestionável. Quando ele falava que os supostos heróis eram culpados, a notícia se espalhou. Os widgets e mesmo as figuras eternianas de autoridade estavam com essa imagem na mente. Gungaiver procurou ele mesmo Deoito, mas com o tato de um burocrata alienígena, os conselhos dele soaram mais como ameaças aos olhos do simplório guarda.

 A notícia chocante, o segredo necessário, as atitudes, o suspeitíssimo envolvimento meu e de Belial... O prefeito não tinha força política para impedir os primeiros tumultos. Ele enviou um pedido a Bravestar para que tomasse as atitudes, mas levaria meio-dia para que chegasse. Mas não sei se os heróis conseguirão esperar tanto."

Próximo Episódio: Caverna do Dragão!


1 comentários:

R disse...

Bela história, mas eu já me decidi que não quero mais saber dessa maldita foice. Kenoor e Gungaiver que tome conta disso. Não tocarei e nem falarei mais nada sobre ela