INTRODUÇÃO
O conclave criminoso chamado “Castelo Invisível” é daquelas
organizações megalomaníacas de destruição do mundo cujos motivos são desconhecidos,
os recursos são infinitos mas completamente inrastreáveis. Mesmo assim, em
momentos críticos eles perdem para jovens aventureiros irrealmente abaixo de
seu nível de desafio. E nem por suas dedicações: parece simplesmente que,
embora se ocultem dos grandes reinos, ordens cavalarescas e negócios dos
poderosos heróis do mundo, sempre esses incautos tropeçam em seus esquemas.
Não que eles não estejam à par: os solados mais rasos da
Ordem foram projetados para conter todo e qualquer talento que o grupo tenha ou
venha a desenvolver, tal qual uma organização onisciente deveria. Mas, sempre
algo livram os heróis apesar da absurda desvantagem. E nem é pela dedicação
deles ao combate dos malfeitores... mas sempre é como se um deus saísse da
máquina e eles vivessem para mais um dia. Sim, uma vez eles tinham um deus aprisionado
em uma máquina! Não é figura de linguagem.
Comecemos com a primeira vez que
o Castelo Invisível ganhou um... Castelo Invisível.
PARTE I
Hograzul, o Capataz, mostrava ao seu Superior a obra. Muralhas
góticas com passarelas em rococó protegendo uma caserna e a entrada do
Subterrâneo onde o Deus dos Elfos estava preso em uma máquina.
Hograuz orienta seu mestre a se afasta lentamente do pórtico
e das muralhas. Com pouco mais de nove metros entre eles e as paredes, a magia
começava a acontecer. As paredes ficavam invisível ao observador externo.
Poucos passos depois, Tudo o que eles viam era um grande descampado, onde a Fortaleza
deveria estar.
- Fabuloso! – exclama sinceramente o mestre. - Como conseguiu
isso?
- Com nossos recursos, Mestre! – fala o capataz orgulhoso.
- Falo sério. – o Mestre começa a ponderar. – Estamos a
menos de um dia da capital, com patrulhas em todos os cantos. Como vocês
fizeram tal obra sem levantar suspeitas?
- 0 Castelo Invisível possui seus meios.
- Mas... E os Arcanos? Um paredão de invisibilidade desse
tamanho deve acender qualquer sentido mágico! E há criaturas que conseguem ver
o Invisível... e nós estamos a alcance visual da maior estrada comercial da...
- Este escudo é inrastreável, mestre! – tranquiliza Hograzul.
– Mesmo se o Deus da Adivinhação investigasse, ele não acharia nada. Eu até
desafiaria ele a tentar, se não estivesse preso na máquina da nossa masmorra
321 Leste.
- Vou acreditar que esteja certo, Capataz... – o mestre
ainda estava desconfortável. – Imagino que isto foi tão ... Custoso, que seria
mais barato libertar o segredo que este Castelo está escond...
Algo interrompe o Comandante. Um animal voador cai entre ele
e o capataz com uma flecha trespassando-o.
- O que é isso? – pergunta ele.
- Precaução. – Informa o Capataz. – Aqueles aventureiros de
segundo nível que esbarram em nossos planos começaram a usar familiares voadores para
investigar as áreas. Se tentar algo assim aqui, nossos autômatos na muralha do castelo os
abaterão com flechas. Prejuízo de 10 Moedas de Ouro para criar novo familiar, que fará falta a eles.
- Os Familiares são capazes de ver o Castelo?
- De forma alguma.
- Mas se alguém invisível ataca, se revela! Você estaria
revelando sua posição, enquanto poderiam deixar eles olharem a esmo, não
acharem nada, e irem embora!
- Mas nos SUBORNAMOS uma "entidade". Nossos ataques invisíveis
não seguem as regras!
- ...Sério que você não vê NENHUM problema neste curso de
ação?
- Confie, Meu mestre! – gargalha Hograzul. – Estamos intocáveis
e daremos prejuízo aos intrometidos como só uma onipotente e onisciente organização
como nós podemos!
...
Uma semana depois, seguindo as pistas que caíram no seu colo,
os Heróis alcançam aquele vasto descampado.
Olham ao redor. O Ranger comenta:
- É... é impressão minha ou as
CARCAÇAS daqueles animais desenham a silhueta de um castelo invisível no chão?
PARTE II
2 semanas atrás...
Aventureiros de nível 1 precisam passar pela porta em um
beco. Há um guarda, que não os viu.
- Eu tenho um plano... – sussurra o Ranger. – Vou jogar uma
pedra do outro lado. Ele vai investigar, nós entramos enquanto ele investiga.
Assim é feito, mas ao ouvir o som de uma pedrinha no beco, o
sentinela DISPARA TODOS OS ALARMES DA DUNGEON. Os heróis precisam lutar com o
guarda e os reforços para conseguir seu primeiro objetivo...
1 semana atrás...
Aventureiros de nível 2, após os apuros da semana anterior,
aprenderam a ser mais sofisticados. Andando pelos corredores escuros dos
esgotos da cidade que esconde uma cripta/Entreposto da organização “Castelo
Invisível”, percebem dois sentinelas fazendo patrulha, só um deles com tocha.
Os sentinelas, humanos normais, dependiam de luz para
enxergar. Os heróis não, graças a seus traços raciais semi-humanos e
treinamentos “avançados”. Se tivessem ação surpresa, eliminariam os dois sem
disparar todos os alarmes da Dungeon.
Para melhorar suas chances, o Mago usa de sua magia sutil
para apagar a tocha com um vento silencioso. O tempo par reacendê-la seria o
bastante para reposicionar-se e fazer o ataque coordenado...
... Mas para os sentinelas, só UMA coisa significaria uma
tocha apagando:
INVASÃO! os sentinelas DISPARAM TODOS OS ALARMES DA CRIPTA. Os heróis precisam lutar para conseguir seu Segundo objetivo...
Hoje, fim de tarde...
Os heróis sobreviventes, Agora de terceiro nível, encontram
o Castelo Invisível graças à carcaça dos animais. Seus instintos – tal qual um
pomposo e medíocre descritor em um plano superior – apontam possibilidades de
acesso e supostos graus de dificuldade, possíveis testes, e flerta com a
possibilidade de não serem percebidos, se os talentosos heróis tomassem “decisões
corretas”.
Mas com a experiência vem a sabedoria, e outro rumo de ação
é tomado:
...
Na madrugada, o som de um grilo é ouvido na muralha norte. O
sentinela DISPARA TODOS OS ALARMES DO CASTELO!
- OUTRA VEZ!?! – protesta Hograzul, o Capataz, mandando
todos os acólitos e mortos vivos revirarem cada canto da fortaleza. – É a
Vigésima vez! São TRÊS HORAS DA MANHÃ!
- Eu juro que ouvi um grilo no mato, Senhor Capataz! –
justifica o Sentinela. – E acho que também ví uma sombra quando uma nuvem
passou na frente da lua!
- O Sacerdote de Sangue teve uma síncope nervosa com todas
essas emergências! – urra o capataz furioso. – É bom que sejam aqueles heróis
tentando invadir nossa fortaleza usando criatividade, senão eu mato os cultistas
EU MESMO!
No extremo oposto do descampado, ao alcance de um truque de
ventriloquia, os heróis dividiam uma bota de vinho, gargalhando das movimentações
erradicas.
- Já usamos o grilo três vezes... – questiona o mago. - O
que usaremos depois?
- Já sei! – O Ranger se anima
com sua própria idéia. – Vamos atirar... Uma pedrinha!
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