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13 de outubro de 2009

Clássicos de RPG do Hardman: DOYKOD

Eu tenho uma regra básica quando se trata de personagens de RPG: Se eu faço muito sucesso com um, meu próximo será o extremo oposto. Depois de Dranoew veio Melekashiro. Depois do Infinito veio Âmbar (estes dois terão em breve seus próprios textos).

Na segunda geração de Lives de Aracaju, posterior à d'O Tremere,que era essa pessoa sinistra, de um clã sangue-azul, de lábia e planos, e mais importante, que NINGUÉM se importava de aprender o nome, eu batizei o meu porque eu tinha uma camisa com o nome escancarado! Sim, um PJ para Dummies!

Doykod, ou Carlos Aguiar, adotou esse nome por ser fã da banda bahiana de Heavy Metal honômina. Claro, assim como as raízes transilvanianas (ou mesmo o nome) do meu Tremere, jamais se incomodaram em perguntar. Mas eu tinha a origem caso me perguntassem de prima.

Este brujah motociclista e metaleiro era um fanfarrão encrenqueiro de primeira. Falava alto e direto com todos. Ele não chegou a assumir liderança de clã como o Tremere, mas conquistou a amisade, especialmente do personagem de Evandro
(que eu esqueci... Perdão). O que era irônico, já que no live anterior éramos inimigos e um jogou o outro em armadilhas mortais.

No mais, fora a camisa que trazia seu nome, ele compunha seu visual com uma dentadura de fantasia de vampiro (não eram aqueles dentes de festa de aniversário. Mas quando tirava foto pareciam.) Uma jaqueta vagabunda (acho que era laicra) e minha amada Matilda.
Magnun .45 prateada, composta de isopor e papel impresso frente-e-verso. As regras do Live é que era proibido réplicas que pudesse ser confundidas com armas reais, mas Matilda passava. Somente em pose para fotos poderia se cogitar ser de verdade.

Fora isso, foi o Live mais bem-documentado (em termos de foto).

Como todo o personagem, tem aqueles momentos em que o Jogador se orgulha. Doykod não triunfou na noite como O Tremere, mas teve o seu. Era uma noite de conclave quando do nada surgem dois SABBAT! Um Lassombra e um tremere antitribu da trilha do Fogo, e do nada começava a nos esnobar. Furiosos, os presentes (liderados pelos Brujah) investiram naqueles inimigos declarados com caçada de sangue autorizado automaticamente... Como todos os membros da Camarilla deveriam. Só que após alguns com queimaduras irremediáveis e outros com a alma devassada pela tenebrosidade, ficou claro que aqueles dois eram mais poderosos que todos os doze presentes.
 
Então, com os mais fracos (de força ou de espírito, ou seja: 3/4 dos presentes) recuando, os Guerreiros ficaram no impasse entre serem destruídos instantaneamente defendendo aquele conclave ou se entregando como vadias covardes.
 Daí surge o NPC fodão fixo (não lmbro se ele era o Príncipe ou outra coisa) e avisa que eles eram convidados. E ainda alfineta algo como "mesmo assim vocês são inúteis contra eles".
 Aquilo doeu na alma de Doykod. Mais que aquela absurda Traumaturgia do Fogo 5 ou 6. Ainda mais que os narradores (o NPC fixo e os dois intrusos) se recolheram para um canto e passaram a noite toda alí confabulando, meio que esquecendo dos jogadores.
 Por causa do combate, a noite se alongou e teve de ser encerrada, e seria retomada no encontro seguinte. Nesse ínterim eu fui estudando as regras para ver como meu Brujah poderia fazer frente àqueles dois... E cheguei a traçar um plano.
 Na "noite" seguinte, o destino nos sorriu: O Tremerezinho chato tinha faltado, só tinha o Lassombra lá para esnobar. Ele estava sentado numa poltrona, confiante e fazendo caretas para todos. Evandro se juntou a mim e perguntou o que faríamos. Eu respondi: "Siga a minha deixa".
 Admito que fui meio metajogo. Eu sabia que os NPCs eram fodões e invencíveis, mas seus jogadores não pensavam como um Vampiro. Eu caminhei para trás dele, agachei-me atrás da poltrona, e aproximei meu rosto de sua nuca.
 - "Ih, virou baitola"? - falou King, o Lassombra. - "Tá querendo me dar beijinho?"
 - Mais ou menos isso. - respondi. - Declaro que estou cometendo Diableirrie!

 Agora bastava queimar sangue na Potência, Rapidez, e muita mais muita vontade. Evandro atacou um pulso. O Narrador debrulhava o livro de regras na vã tentativa de salvar seu NPC, mas não havia mais chance. A Camarilla triunfou no final.




Ao contrário do Tremere, Doykod encontrou sua destruição. Conforme falei na ocasião sobre o Tremere, os lives da Turma do Funil eram mais infantis e tinham poucos apegos pelas regras, e ao mesmo tempo eu criei uma irmandade dos esculhambadores Brujah e Gangrel...
E o malcaviano aí do lado...

... Eh... Sempre os Malkavianos.

Pois bem. O Brujah (Evandro, insisto dizer que em outra "vida" foi meu inimigo maior) se desentendeu com um Nosferato misterioso. Ele queria por que queria brigar com ele. Doykod pegou a história pela metade e achou a atitude de seu irmão de clã descabida. CHegou a dizer isso ao intruso, mas afirmou: Se tiver treta com ele, terá comigo.

Não deu outra: trocamos tiros. Mas foi uma cena rápida: A força de Evandro era inútil contra o NPC, Matilda também mal incomodou, e ele deu um tiro em mim, e sumiu.

Eu não tinha Fortitude, mas não imaginava que uma bala fosse capaz de me prejudicar muito. Na pior das hipóteses, eu estrava em Torpor mas Evandro estava lá para proteger meu corpo. Só que no fim da noite, o Narrador me avisa: "Olha, aquela bala estava envenenada e seu personagem vai definhar até a morte. Se quizer continuar vindo com ele pode, mas recomendo fazer um novo.


Sim, amigos. Uma bala envenenada matou um vampiro. Vamos até ignorar o que é necessário para por veneno em uma bala, e mesmo o fato de que vampiros são imunes a venenos normais, e que no máximo seria dano agravado (se fosse um Assamita, não um Nosferatu) e mesmo assim um único tiro causar pelo menos 7 pontos de dano: existe algum fim mais indigno para um personagem presente?

Prefiri concordar com os narradores. Enterrei Doykod e Matilda. Compareci como observador para saber que desenrolar teria aquela misteriosa execução, já que se tratava de uma bala que poderia derrubar um Brujah saudável até a morte final, pois se fosse uma engrenagem de trama, teria até orgulho de ser sacrificado, mas não. Ficou por aquilo mesmo.

 Ainda fui em um outro live, mas depois dessa preferi me afastar da TDF.