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11 de setembro de 2020

[D&D 5e] Largada no altar

 Foi uma one-shot. Tínhamos o mestre e 3 players.



Um deles, para tirar da trama logo, era o típico cara cujo roleplay se resumia a “E o que eu ganho com isso?” ou alguma varação. Sério. Se a môça da taberna se insinuar a ele, ele solta um “E o que eu ganho com isso?”. 


Bem, o segundo personagem é de um jogador que sempre acha formas de ter uma CA (Classe de Armadura; proteção contra ataques normais) altíssima mesmo em baixos níveis. Ele sacrifica causar dano, ter perícia, e tudo mais para ter uma C.A. 19. Claro, este personagem feito tinha isso também... Desta vez era um “guerreiro das correntes farpadas”. Não sei se era um homebrew ou como ele conseguiu personagem tão peculiar, mas teve duas consequências:

1 – ele tinha seu preciosíssimo C.A.19;

2 – Imediatamente, ele se tornou Andrômeda, de CdZ.

O narrador mesmo ficava frustrado, pois precisava colocar ameaças que passassem essa CA absurda, o que prejudicava os demais jogadores.

Enfim, meu personagem: Usei uma paladina inspirada em uma Valquíria que quis introduzir a Meliny (cenário que colaboro a décadas). Era a única ficha de nível 4 que eu tinha em mãos, e era uma one-shot. Decidi usar para testar. Não era a composição mecanicamente melhor, mas era bom testar um paladino no novo sistema. Enfatizando: Era uma paladina mulher fêmea de carisma 16. Fique claro isso.

Enfim, o Narrador dá o panorama da aventura: Nós éramos heróis nativos desta cidade-estado e estávamos fora por 4 anos. Evoluímos lutando juntos e agora estávamos regressando a nosso lar quando "Plot" aconteceu.

Tivemos uma parte 1 aprendendo o que mudou na cidade nesses 4 anos (e o 1º jogador perguntando o que ganharia com qualquer coisa... Quando não estava roubando alguma loja). Uma parte 2, entramos em combate contra um exército invasor (adivinhe quem pediu para ser pago?). E logo, descobrimos que para manter a segurança e a bonança de nosso lar (e... receber!) teríamos de viajar ao “Dungeon x” para a conclusiva parte 3.

Então, após o primeiro dia de viagem e um combate de encontro aleatório, fomos para o primeiro (e único) descanso longo. Foi quando eu decidi usar um encantamento/ritual que eu coloquei na minha lista... Por mais do que meu buff para a luta final.

Perguntei ao "Andrômeda" há quanto tempo nós lutávamos juntos, como se eu não lembrasse. (4 anos, por causa do bg dado a nós). E perguntei se confiava em mim como companheira de armas. Ele disse que sim.

Então eu fiz a proposta: “Eu conheço um ritual que concede poder aos participantes. Só que eu preciso confiar naquele com quem eu compartilhe o encantamento. Enquanto lutarmos juntos, teremos maior força que separados.”. Fui vago usando como desculpa manter a imersão. Não dizer "Vou lançar uma magia do terceiro cíclo".

- Ah, safado! – reclama o narrador, quebrando a imersão. Eu já tinha falado desse “trote” que eu queria fazer em outra mesa, peguei mesmo ele de surpresa, mas ele percebeu. – Putz, ele vai ficar com CA 21! Eu vou aumentar o poder do monstro se fizer isso! Tô avisando!

Mais que a minha roleplay, a possibilidade da proposta, e qualquer coisa mais, creio que o CA 21 fez Andrômeda ficar ouriçado.

- E o que eu ganho com isso? – pergunta... Vocês sabem quem.

- Desculpe companheiro. – Falo eu. – Mas eu preciso confiar naquele que eu lanço o rito. Sua tendência a pensar na moeda o torna um candidato inadequado.

Andrômeda, enfim, inclina positivamente. “Dura sete dias o efeito!” fala minha paladina. “E era uma one-shot” - insisto eu, em off, para consolidar. Então, ele concordou. O “o que eu ganho...” seria a testemunha – e seria pago por isso – e enfim, eu selo:

- Agora, eu vou repousar e preparar o rito. – anuncio. - Tenho o pó em prata para a cerimônia. Deem-me espaço, pois dá azar que eu seja vista antes da manhã.

- Ué? – brinca Andrômeda. – Essa coisa é o que? Casamento?

- Sim. – respondo secamente.

Silêncio na mesa.

O Narrador explica, em meu nome, que há uma nova magia no D&D 5e de clérigos e paladinos chamada “Cerimônia” que possui múltiplos rituais que concedem benefícios. Um deles, era o Matrimônio. 

Imediatamente, o jogador do Andrômeda berra: “NÃÃÃÃO!!!”. 

O cara do “O Que eu Ganho...” e o narrador gargalham com a reação. Isso provoca outras interjeições negativas do Andrômeda.

- Cara, não está casando COMIGO! – eu falo, mas rindo tanto quanto os outros dois. – É com uma paladina carisma 16 que você conhece há 4 anos!

- “Nããããããããã...” – insiste o Andrômeda.

Depois disso, convenientemente, o microfone dele falhou. Mas ele continuou postando “Nããããão!!!” no texto.

Pelo menos 1/5 do tempo da aventura foram nós rindo da situação. 

Não preciso dizer que na, manhã seguinte, minha paladina jogou os 1000 P.O. de pó de prata, estava com um véu, e ficou no altar.

Reencontramos Andrômeda na entrada da dungeon. Eu estava com a interação de uma mulher largada no altar, mas dedicada a salvar a cidade. O microfone de Andrômeda voltou a funcionar, e ele começou com a desculpa de que “Achei que o ritual durava 7 dias para lançar, e a gente não tinha esse tempo!”. Ceeerto. Nem tentei fingir que acredito.

Normalmente eu proporia de novo... Mas a Dungeon estava difícil de passar, e eu estava concentrado na administração de magias e PVs. Eu realmente podia usar um +2 no CA...