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9 de julho de 2023

PROVAS OLÍMPICAS PARA D&D 5e


 Mestrei uma campanha curta (que por falta de controle de tempo foi de one shot para uma terceira sessão programada). Cenário: A mitologia grega. Um irmão gêmeo do lendário Aquiles – que morreu relativamente recentemente na guerra de Tróia – organizou seus próprios jogos olímpicos, com provas de exibição de força, talento e perfeição humana, concluindo com uma caçada misteriosa.

Mas o ponto destes jogos, apesar de meu excessivo apego a lore, era testar as mecânicas dos jogos aplicadas nas regras de D&D. Os personagens não combaram nenhum dos personagem para os jogos, o que foi uma boa coisa, mostrando o quanto eles poderiam ser incluídos em campanhas mais genéricas, ou até disputas individualizadas. Comentarei em cada uma delas minhas impressões. Se possível, deem um Feedback com sugestões.

- 1º - O Arqueirismo

Regras:

- Os participantes terão 3 tiros por rodada. Acumulam pontos por cada tiro para ver se eliminam algum da etapa seguinte. Deve ser usada arma de arremesso.

- Os alvos começarão a 25m (80 pés). Depois, a 30 metros (100 pés). Se ainda houver participantes, uma sequência de morte súbita a 35 metros (120 pés).

- Trata-se de um ataque à distância, mas com alvo estacionário, permitindo as regras de mira. Se estiver dentro do alcance normal da arma, faz-se um ataque à distância com vantagem. Se estiver dentro do alcance longo da arma, rola o ataque normalmente. Se estiver fora do alcance do alvo, o tiro é impossível. A vantagem “Sharpshooter” ignora essas regras.

- O competidor que não tiver uma arma adequada pode trocar a sua arma por uma de categoria comum com alcance mínimo. Mas custará pontos no campeonato.

- DIFICULDADE: o resultado do ataque batendo 10: A flecha atingiu a tábua do alvo. 1 ponto. Resultado 15: Atingiu a região central do alvo. 3 pontos. Resultado 20: Bull’s eye. 5 pontos; Aceto crítico ou resultado 25+: Flecha espetacular. Atingiu outra flecha, trespassou ou fez alguma outra manobra extraordinária. Vale os mesmos 5 pontos, mas consegue benefícios de moral, mesmo direito de atirar outra vez para substituir um tiro anterior, a depender do torneio.

Opinião pessoal: Gostei muito desse modelo. Alguém que é um bom arqueiro não corre o risco de ser desclassificado por rolar um “1” enquanto um bobo jogando pedra com desvantagem rolasse um 20 (sim, aconteceu antes).

Basicamente, com exceção de armas de curtíssimo alcance, todos atacam com a vantagem no primeiro tiro. No segundo, apenas arcos curtos ou melhor, e bestas. No terceiro, só arcos longos tem alcance para o alvo.

Na partida, para não deixar um jogador de fora, eu eliminei a regra da “desclassificação”. Para não entediar um dos jogadores. Mas como foi uma partida concisa, justa, e divertida, recomendo implementar se passarem por Sherrwood;

- 2º - A Maratona:

Regras:

Neste caso em específico: Os competidores fariam uma corrida de 10Km, seguidos de um mergulho de 15 metros no penhasco conhecido por “Salto de Hera” (lore), em um lago, e nadariam por 5Km. Talvez haja feras no lago.

- Primeira parte: Corrida. Faz-se uma rolagem de STR(ATLETISMO). Anota-se o resultado. Personagens com deslocamento acima de 9m/r (monges, tabaxi, etx) ganha um bônus de +2 na rolagem. A duração estimada seria de 2h (caso pense em magias de incremento, que propositalmente deixei vago se seriam considerado dopping)

- Após a corrida, faz-se um teste de CONSTITUIÇÃO dificuldade 10. Quem perder pode optar entre ganhar 1 nível de exaustão ou “reduzir o ritmo” (-3 do resultado de atletismo). Criaturas imunes à fadiga como WARFORGED dispensariam esse teste.

- Segunda parte: O Salto. Uma queda de 15 metros, mesmo na água, causa 5d6 de dano (os jogadores aguentariam). Mas o impulso é necessário para manter a velocidade na parte de natação. Um teste de DEX(ACROBACIA), dificuldade 12, reduz o dano à metade.

- O competidor que usar “queda lenta” não sofre dano, mas receberá penalidade de 3 pontos no valor final da prova. Quem optar por escalar o salto precisa passar em um teste de STR(Atletismo) senão cairá (tomando o dano) e de qualquer forma, -2 na pontuação final. Quem já vier com nível de EXAUSTÃO da primeira prova faz o mergulho ou a escalada com DESVANTAGEM.

- Terceira parte: Natação. Faz-se teste similar ao da Primeira parte. Contudo, considere velocidade de nado ao invés de deslocamento para conceder benefícios.

Opinião pessoal: Está mais para Triatlon do que para maratona. A combinação corrida/exaustão encaixou bem para provas longas, e tivemos resultados hilários. Como era um cenário grego, todos corriam sem roupas... e eu coloquei sereias no lago com o propósito de encantar os incautos, e “perderem algumas horas”. Não façam isso se não tiver certas liberdades com o seu grupo ou se o cenário não encaixar. Recomendo só corrida ou só natação, mas rolando mais de uma vez os testes. Não coloque o salto se o grupo tiver risco de morte num eventual “tudo 6” no dano.

- 3º - A Oratória:

Regras: 

Pode parecer deslocado, mas provas de artes e cultura eram parte das olimpíadas clássicas. Inventei uma “batalha da mente” literal.

- Preparação: Em uma sala forrada de livros, dois púlpitos ficam em extremos opostos. Afastado, os três juízes e uma arquibancada. Basicamente os dois oradores poderia discursar sobre seus temas favoritos, tendo o oponente direito a réblica, corrigir e mesmo desacreditar o adversário.

- Rola-se iniciativa como em qualquer combate. Mas neste, substitui o modificador de DEX pelo modificador de CHA. O charme pessoal e sua presença são o que toma a palavra primeiro. Quaisquer vantagens aplicáveis à INICIATIVA são consideradas.

- Aquele que ganhar a iniciativa deve escolher um tema. Ele deve estar contido numa perícia de INTELIGÊNCIA (Arcana, História, Investigação, Natureza, Religião). Faz um teste da perícia adequada. A dificuldade é 10+ o valor de Sentir Motivação do oponente. Anota a diferença (positiva ou negativa).

O BLEFE: Caso o personagem queira, pode tentar BLEFAR um conhecimento que não tenha. Ele deve, em segredo de preferência, passar ao DM que estará blefando no teste, e rolará usando Enganação. – CASO o adversário tenha proficiência com a perícia que o blefador simula, ou se o jogador suspeitar do blefe, ele pode pedir um teste de Sentir Motivação (resultado mínimo 10) e desmascará-lo.

- Em seguida, aquele que perdeu a iniciativa faz o mesmo procedimento.

- Segunda Rodada: Também chamada de “Tema livre”. Os oradores, na ordem de iniciativa, repetem as rodadas, mas agora podem escolher perícias baseados em SABEDORIA (Lidar com Animais, Medicina, Sobrevivência, e mesmo filosofar com percepção e Sentir Motivação).

- Ganha quem acumular mais pontos nas duas rodadas.

Opinião pessoal: Dentre todas, esta foi a mais bem-sucedida. Personagens com soft skills tendem a brilhar nessa prova, seja tendo mais opções, sendo mais resistentes pela sabedoria ou incisivos pelo carisma. Os roleplays eram divertidíssimos, especialmente quando se rolava mal.

A regra do Blefe deixou todos em paranóia. Um bardo tido como burro entrou na arena após ter lançado em si mesmo “Inspiração Bárdica”... Lançar magias na hora seria contra as regras, mas manter concentração antes... tá no jogo. Blefou na segunda rodada tão bem que enganou até Sócrates (lore).

 Acho que ter meios de contornar as regras. A regra é “não seja pego roubando” não “Não roube”.

Eu vejo um “duelo de oratória” para representar uma confraria pedante sendo capitaneado por alguém não muito esperto mas bom em blefes, um “falso intelectual”.

- 4º - A luta greco-romana:

Regras: 

Havia um motivo para o mecenas não aceitar provas com armas. Mas uma luta desarmada era necessário para aqueles que queriam mostrar seu físico.

- A arena – chamada de “Romã”, tinha 9m. de raio. Os adversários começam no centro, com uma mão amarrada ao outro com um lenço. Eles nunca poderiam se afastar mais do que 1,5m. um do outro.

- Deve-se rolar combate desarmado, permitindo agarrar e derrubar.

- Formas de ganhar: Nocaute técnico (quando um dos competidores perder 50% de seus Pontos de vida quando começou a luta); Imobilização (após derrubado, ficar 3 turnos sem poder se mover); ou ser empurrado para fora da arena (personagens agarrados se deslocam com metade do deslocamento. Levaria 2 turnos).

- Se a qualquer momento, intencional ou não, alguém desamarrar o Lenço, a luta é pausada. Quem desamarrou o lenço recebe uma penalidade. Quem receber 3 penalidades seria desclassificado instantaneamente.

Opinião pessoal: Esta foi a pior das provas. Acabou se estendendo demais. Os jogadores perceberam logo que poderiam desamarrar o lenço quando estivessem em desvantagem para recuperar o pé. Sem armas naturais, estilo de luta desarmado, o dano dos socos é muito pouco. Estranhamente, embora não estivessem usando armadura, a luta não saia do lugar. E eventualmente, perceberam que com “Surto de Ação” e Cunning action, uma vez agarrado o inimigo a batalha estava encerrada.

Vou precisar pensar melhor nessas regras.

- 5º - Demais provas:

Não posso comentar a Caçada ainda, mas ficam aqui algumas sugestões para futuros jogos:

- Provas artísticas – Teste simples de instrumento musical e/ou performance para canto ou poesia;

- Bigas/charretes  – Teste de Lidar com Animais / proficiência em veículos terrestres.

- Veleiro – Proficiência em veículos marítimos / sobrevivência no mar (para provas mais longas)

- Arremesso de (bolas/dardos/etc) – Atletismo; 3 testes cada;

- Corrida com Obstáculo – Atletismo para velocidade; Acrobacia como opção para não perder velocidade;

- Esgrima: combate com armas pré-definidas e não-letais, de preferência que possam usar FORÇA ou DESTRESA.

Apesar da óbvia vantagem das provas envolvendo Força(Atletismo), procure testes com outros atributos, ou ponha testes longos para pedir resistência de Constituição para o personagem pensar em longo prazo ou buscar aquele momento de superação em que ele ganha a prova e cai exausto depois. Se usar um cenário mais “Civilizado”, coloque algumas provas de Soft skills. Acredite, Oratória é mais divertida do que parece, e nem sempre o bárbaro está completamente desguarnecido.